segunda-feira, 12 de julho de 2010

E AI RAPAZEADA QUE CURTE O BOM E VELHO ROCK N ROLL...FICAMOS UNS DIAS SEM POSTAR PORQUE TIRAMOS A LIBERDADE DE FICAR UNS POUCOS DIAS DE FOLGA...MAS ESTAMOS DE VOLTA E PARA




13 de julho - Dia Internacional do Rock!


Mas porque 13 de julho? Foi no dia 13 de julho de 1985 que um cara chamado Bob Geldof, vocalista da banda Boomtown Rats, organizou aquele que foi sem dúvida o maior show de rock da Terra, o Live Aid - uma perfeita combinação de artistas lendários da história da pop music e do rock mundial.Tina Turner & Mck JaggerAlém de contar com nomes de peso da música internacional, o Live Aid tinha um teor mais elevado, que era a tentativa nobre de conseguir fundos para que a miséria e a fome na África pudessem ser pelo menos minimizadas. Dois shows foram realizados, sendo um no lendário Wembley Stadium de Londres (Inglaterra) e outro no não menos lendário JFK Stadium na Filadélfia (EUA).Os shows traziam um elenco de megastars, como Paul McCartney, The Who, Elton John, Boomtown Rats, Adam Ant, Ultravox, Elvis Costello, Black Sabbath, Run DMC, Sting, Brian Adams, U2, Dire Straits, David Bowie, The Pretenders, The Who, Santana, Madona, Eric Clapton, Led Zeppelin, Duran Duran, Bob Dylan, Lionel Ritchie, Rolling Stones, Queen, The Cars, The Four Tops, Beach Boys, entre outros, alcançando uma audiência pela TV de cerca de 2 bilhões de telespectadores em todo o planeta, em cerca de 140 países. Ao contrário do festival Woodstock (tanto o 1 como o 2), o Live Aid conseguiu tocar não somente os bolsos e as mentes das pessoas, mas também os corações.Pete Towshend (The Who)No show da Filadélfia, Joan Baez abriu o evento executando "Amazing Grace", com cerca de 101 mil pessoas cantando em coro o trecho "eu estava perdido e agora me encontrei, eu estava cego e agora consigo ver". Este show marcou também a única reunião dos três sobreviventes da banda Led Zeppelin, Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones, com a presença ilustre de Phil Collins na bateria.No final deste show, Mick Jagger e Tina Turner juntos, cantando "State of Shock" e "It's Only Rock and Roll", com Daryl Hall, John Oates e os ex-integrantes dos Temptations, David Ruffin e Eddie Kendrichs fazendo os backing vocals. Foi realmente um momento único na história do ROCK!Paul McCartney & Elton JohnO Live Aid conseguiu em 16 horas de show acumular cerca de 100 milhões de dólares, totalmente destinados ao povo faminto e miserável da África. Isso é a cara do ROCK AND ROLL!ATITUDE!!!Robert Plant & Jimmi Page (Led Zeppelin)
Um sujeito chamado Bob Geldof, vocalista da banda Boomtown Rats, há 25 anos promoveu o Live Aid. O concerto beneficente era em prol das vítimas da fome na Etiópia, na África, e foi realizado em Londres e na Filadélfia, nos EUA, simultaneamente. Era 13 de julho e, de 1985 para cá, essa data ficou conhecida como o Dia Mundial do Rock.
Diversão

O rock gerou infinitos subgêneros em mais de 50 anos de história. Aumente o som e conheça alguns desses estilos no infográfico!



De Chuck Berry e Little Richard ao surgimento do emo: compreenda as mudanças do gênero


+ Dicionário das principais vertentes do rock

+ De onde vem a expressão rock and roll?

+ Saiba como surgiram os nomes das bandas

+ Qual é a banda de rock que está há mais tempo na estrada?

+ Qual é o disco de rock mais vendido de todos os tempos?

O rock gerou infinitos subgêneros em mais de 50 anos de história. Aumente o som e conheça alguns desses estilos no infográfico!
+ Teste seus conhecimentos


+ De onde vem a expressão rock and roll? De onde vem a expressão rock and roll?



A expressão, que literalmente significa "balançar e rolar", fazia parte da gíria dos negros americanos desde as primeiras décadas do século XX, para referir-se ao ato sexual. Assim, ela já aparecia em várias letras de blues e rhythm’n’blues como "Good Rockin’ Tonight" (1947), de Roy Brown - antes de ser adotada como nome do novo estilo musical, que surgiu nos anos 50, com Bill Halley e Elvis Presley, e consistia basicamente na fusão desses ritmos negros com a branquela música country. Esse batismo costuma ser atribuído ao disc-jóquei americano Alan Freed (1922-1965), cujo programa de rádio foi um dos principais responsáveis pela popularização da nova onda, altamente dançante, que logo contagiou toda a juventude do país e do mundo.
Na década de 60, o rótulo foi abreviado para rock, para abranger as mudanças provocadas por artistas como Bob Dylan e Beatles, abrindo um leque de infinitas variações: rock psicodélico, rock progressivo, folk rock, hard rock, heavy metal etc etc. A partir daí, o termo rock’n’roll passou a significar exclusivamente o estilo original, característico da década de 50.


+ Saiba como surgiram os nomes das bandas Qual a origem dos nomes no rock?
por Tarso Araújo
BeatlesTanta gente perguntava a origem do nome para John Lennon que cada vez ele inventava uma história diferente. A mais aceita é que o primeiro nome, The Beetles ("Os Besouros"), foi inspirado na banda The Crickets ("Os Grilos"). O "a" veio depois, por idéia de Lennon, que gostou do trocadilho com beat (ritmo, batida).Guns n’RosesAxl Rose teve uma banda chamada Hollywood Rose até 1985, quando formou outra com o guitarrista Tracii Guns, do L.A. Guns. O nome escolhido para o novo time foi uma mistura dos dois anteriores. Tracii só serviu para batizar a banda, pois logo deixou o grupo para dar lugar ao cabeludo Slash.AC/DCAngus e Malcolm Young se inspiraram na máquina de costura da irmã deles, que tinha a inscrição AC/DC (corrente alternada/corrente contínua, que indica que o aparelho funciona tanto na tomada quanto com bateria). Eles não sabiam que a sigla também é uma gíria para bissexuais.Rolling StonesRollin’ Stone era o nome de um blues de Muddy Waters, ídolo do guitarrista Brian Jones, que decidiu botar o nome da música (cuja letra dizia que "pedra que rola não cria musgo") na banda. O "g" veio anos depois, dada a insistência de um empresário em prol do inglês correto.Led ZeppelinKeith Moon, baterista do The Who, disse a Jimmy Page que a banda dele iria voar como um balão de chumbo. Daí o nome "zepelim de chumbo", lead zeppelin. Depois Page tirou o "a" para que os fãs do grupo não pronunciassem "lid" – som que lead tem quando significa liderança.Foo FightersNa 2ª Guerra, os pilotos americanos freqüentemente viam bolas de fogo e objetos não identificados enquanto sobrevoavam a Europa. Eles chamaram aquelas coisas de foo fighters: foo era o jeito americano de dizer as palavras francesas feu ("fogo") ou fou ("louco").RamonesPura inspiração nos Beatles. Paul McCartney usava o nome Paul Ramon para evitar a imprensa quando dava entrada em hotéis. O baixista Douglas Colvin gostou da idéia, mudou seu nome para Dee Dee Ramone e convenceu os colegas a fazer o mesmo.Limp BizkitHá duas teorias não confirmadas, cada uma com um significado da palavra limp. Na primeira, ela significa "mole", e o biscoito mole seria o cérebro do vocalista Fred Durst sob efeito da maconha. Mas a palavra também significa "manco", como um cachorro de Durst que se chamava Biscuit – a outra possível inspiração.Sex PistolsO nome da banda punk inglesa foi idéia do seu empresário. Malcolm McLaren se inspirou na sua butique de roupas, a Sex, e pensou que ficaria legal estender a marca para o nome da banda, acrescentando a palavra "pistola" para dar uma conotação ainda mais fálica àquele sexo punk.

+ Qual é a banda de rock que está há mais tempo na estrada? Qual é a banda de rock que está há mais tempo na estrada?
por José Augusto Lemos



Os Rolling Stones, atualmente em mais uma de suas incontáveis megaturnês mundiais, estão fazendo 41 anos de palco. Batizada de Forty Licks Tour ("Turnê das Quarenta Lambidas"), a excursão foi iniciada no ano passado justamente para comemorar as quatro décadas corridas desde o primeiro show da banda, em 1962, no lendário Marquee Club, em Londres. Da formação original, permanecem a dupla central Mick Jagger e Keith Richards e o baterista Charlie Watts, todos sexagenários, mas ainda capazes de empolgar as multidões que lotam estádios para vê-los em carne e osso tocando clássicos como "Satisfaction" e "Street Fighting Man".
Em segundo lugar, aparecem os também ingleses The Who. Liderado pelo guitarrista e compositor Pete Townshend, o grupo estreou em 1964 e se dissolveu em 1983 - mas nunca deixou de fazer reaparições esporádicas. A banda estava às vésperas de uma grande turnê pelos Estados Unidos no ano passado, quando a morte do baixista John Entwhistle provocou o cancelamento de todos os shows.
O recorde dos Stones é superado, porém, pelos irmãos australianos Robin, Barry e Maurice Gibb, que compunham os Bee Gees. Na ativa desde 1958, o grupo faria 45 anos de carreira em 2003, mas declarou seu fim após o falecimento de Maurice, no último mês de janeiro. O problema é que os Bee Gees não se encaixam em uma definição rigorosa de "banda de rock". Primeiro, porque sempre foram mais um grupo vocal, acompanhado por outros músicos. Depois, porque, alternando entre o pop romântico e o dançante (atingindo seu auge na didiscothèquescothèque dos anos 70), raramente puseram os pés no que chamamos de rock’n’roll.

+ Qual é o disco de rock mais vendido de todos os tempos? Qual é o disco de rock mais vendido de todos os tempos?
por José Augusto Lemos



Nós apostaríamos em um empate técnico entre The Wall (1979), do Pink Floyd, e Led Zeppelin IV (1971), do Led Zeppelin, ambos na casa das 40 milhões de cópias. É impossível obter uma resposta mais precisa, porque não existe uma instituição que levante os números de venda de discos em todo o globo. O Guinness, o "livro dos recordes", aponta como álbum mais vendido de todos os tempos Thriller (1982), de Michael Jackson, com vendagem hoje calculada em 47 milhões de cópias. Mas ninguém classificaria esse disco na categoria rock.
Na falta de dados globais, as estimativas mundiais vêm de projeções baseadas nos números da Recording Industry Association of America (RIAA), órgão oficial da indústria fonográfica americana. Ela publica informações sobre os Estados Unidos, o maior mercado de todos, representando cerca de 30% do total do planeta. Segundo os números da RIAA, Thriller é superado em sua própria terra, há três anos, pela coletânea Their Greatest Hits: 1971-1975, do grupo Eagles, lançada originalmente em 1976. Esse álbum seria o atual campeão americano, com 28 milhões de cópias vendidas - seguido de Thriller, com 26 milhões, The Wall, 23, e Led Zeppelin IV, 22. Mas, ao contrário de Michael Jackson, o chamado folk rock dos Eagles não reproduz seu sucesso fora dos Estados Unidos - são conhecidos apenas por uma única canção, "Hotel California".
Com Eagles (pela pouca vendagem fora da América) e Thriller (por ser um disco pop) fora do páreo, o título de álbum de rock mais vendido da história fatalmente ficaria com uma das duas bandas inglesas, Pink Floyd e Led Zeppelin. Os discos de ambos os grupos continuam vendendo em toda parte, entre as gerações mais novas. Só não dá para garantir quem leva a melhor. A margem americana de apenas 1 milhão entre o quarto álbum do Zeppelin e The Wall é pequena demais, estatisticamente, para garantir a vitória de um deles.




"Sgt. Pepper's", dos Beatles, é um dos 50 discos essenciais do rock. Confira a lista completa! Rock´n´roll: Um, dois, três, quatro!
Aumente o som, saia pulando, fale palavrões: o rock’n’roll está completando 50 anos, mas ainda faz a cabeça dos jovens e chacoalha a sociedade
por André Barcinski
Foram cinco décadas bem vividas. O rock’n’roll, quem diria, está fazendo 50 anos regados a sexo, a drogas e a ele próprio. Não pensem que foi uma vida fácil: entre tapas e beijos, o rock viveu um romance conturbado com a sociedade. Numa hora, era o queridinho de todos, para logo depois ser chutado e escorraçado como um cão sem dono.
Nesse meio século, o rock’n’roll foi celebrado por multidões, massacrado pela Igreja, explorado por publicitários, dissecado por historiadores, cooptado pela moda, malhado por puristas, dignificado pelos Beatles e maltratado por Bon Jovi e Simply Red. Passou por bons e maus bocados, e chegou a ser dado por morto algumas vezes. Mas, como fênix, sempre deu um jeito de reaparecer, resgatado das trevas por algum adolescente talentoso e entediado. É uma história e tanto.
Segundo historiadores, o marco zero do rock teria acontecido em julho de 1954, quando um caminhoneiro chamado Elvis Presley entrou no Sun Studios, em Memphis, e gravou “That’s Allright Mamma”.
Vamos deixar uma coisa bem clara: Elvis não inventou o rock. Antes dele, gente como Chuck Berry e Bill Halley já tocavam rock. Desde o fim dos anos 40, “rock’n’roll” era usado em letras de música como sinônimo de “dançar” ou “fazer amor”. Em 1952, o radialista Alan Freed – que depois viria a reivindicar a criação do termo – batizou seu programa de Moondog’s Rock and Roll Party.
Se não criou o rock’n’roll, Elvis ao menos pode ser considerado o mensageiro que apresentou o rock ao mundo. Era o homem certo no momento certo: bonito, talentoso e carismático. Mais importante: era branco e, por isso, aceitável para a América dos anos 50. “Eu agradeço a Deus por Elvis Presley”, disse o negro Little Richard, um dos grandes pioneiros do rock. “Ele abriu as portas para muitos de nós.”
A tarefa de Elvis não foi fácil: a sociedade norte-americana demorou bastante para aceitar aquele branco que cantava e dançava como um negro. Em uma de suas primeiras apresentações na TV, as câmeras o filmaram apenas da cintura para cima, sem mostrar aquele quadril que teimava em rebolar. Elvis, ao contrário de vários outros ídolos da época (como Pat Boone, por exemplo), nunca renegou a origem de sua música. “O que eu faço não é novidade”, disse. “Os negros vêm cantando e dançando dessa forma há muito tempo.”
Se a vida nos anos 50 não era moleza para um roqueiro branco como ele, o que dizer de artistas negros como Little Richard, Chuck Berry, Bo Diddley e Fats Domino? Num país de escolas segregadas, que ainda via negros serem linchados, o simples fato de um artista negro viajar para mostrar sua música assumia proporções épicas de heroísmo e bravura.
Uma história emblemática do período é a de Shelley “The Playboy” Stewart, um radialista negro que apresentava um programa de rock na estação WEDR, no Alabama. O programa de Stewart atraía um público predominantemente branco, que aprendera a gostar dos artistas “de cor” que o DJ tocava.
No dia 14 de julho de 1960, Stewart estava apresentando um show na cidade de Bessemer, quando recebeu um aviso do dono do clube: a Ku Klux Klan, temida organização racista, havia mandado 80 homens para atacá-lo. Os encapuzados cercavam o clube e ameaçavam invadir o local. Sem perder a calma, Stewart avisou à platéia – formada por 800 brancos – que teria de parar o show. Foi aí que o inesperado aconteceu. “Os jovens que estavam no clube se rebelaram”, disse Stewart, anos depois. “Eles saíram correndo do local e atacaram a Klan, lutando por mim.” A simbologia do fato é forte demais: brancos lutando contra brancos, pelo direito de ouvir música negra.
Sim, o rock’n’roll é música negra. Como o blues, o samba e o hip hop, o rock nasceu da escravidão e tem suas origens na migração forçada de milhões de africanos, que foram tirados de suas aldeias e jogados em terras estranhas. Todos esses gêneros musicais têm duas características comuns, herdadas da África: a primeira é a predominância de uma base rítmica constante e repetitiva; a segunda é a utilização da música de uma forma emocional e espiritual. Nas colheitas de algodão dos Estados Unidos, os escravos cantavam para celebrar sua espiritualidade e seus ancestrais. Também cantavam sobre as mazelas da escravidão, estabelecendo assim uma relação direta entre sua música e a realidade social. O rock herdou essa capacidade de radiografar o presente.
Na época, a sociedade americana começava a abandonar preconceitos seculares. De uma certa forma, a explosão do rock simbolizou uma América nova, mais liberal, próspera e livre das dificuldades econômicas do pós-guerra. Adolescentes brancos começaram a curtir uma música antes relegada a salões de baile nos bairros negros e pobres.
Em 1956, “Blue Suede Shoes”, de Carl Perkins, tornou-se a primeira música a chegar ao topo das paradas de pop, rhythm’n’blues e country. O fato representou um marco não só para a música, mas para toda a sociedade americana. Pela primeira vez, brancos e negros estavam gostando da mesma coisa. Em 1959, outra canção, “The Twist”, de Chubby Checker, também uniu o país. O ativista e autor Eldridge Cleaver, fundador do grupo radical Panteras Negras, escreveu: “A canção conseguiu, de uma forma que a política, a religião e a lei nunca haviam sido capazes, escrever na alma e no coração o que a Suprema Corte só havia conseguido escrever em livros”.
O rock’n’roll não mudou a sociedade, mas serviu como espelho de mudanças e tendências. Claro que ninguém deixou de ser racista ao ouvir Elvis Presley cantando música “de negros”, mas o simples fato de Elvis aparecer em cadeia nacional, rebolando os quadris e celebrando uma cultura marginal, mostrava que o país estava mudando.
Paralelamente ao surgimento do rock, a sociedade norte-americana via o aparecimento de outro fenômeno, que se tornaria vital para a explosão do rock’n’roll: o adolescente.
Até meados do século 20, adolescentes tiveram uma vida dura nos Estados Unidos. O país havia passado por duas guerras mundiais e pela Grande Depressão; ser jovem por lá significava trabalhar duro e ajudar os pais a sustentar a casa.
Para a sociedade de consumo, o adolescente não existia. Não havia música ou filmes feitos especialmente para eles. Pais e filhos eram obrigados a gostar das mesmas coisas: as big bands de Tommy Dorsey e Benny Goodman, as baladas de Nat King Cole e Frank Sinatra, a cafonice de Pat Boone e Perry Como.
Depois da Segunda Guerra, tudo mudou: os Estados Unidos entraram numa fase de prosperidade, a economia cresceu e os adolescentes, que antes davam duro ajudando os pais, passaram a receber mesada. Isso criou um novo mercado, voltado unicamente para o jovem.
Hollywood logo entrou na onda, lançando filmes direcionados aos adolescentes. Dois deles, O Selvagem (1954) e Rebelde sem Causa (1955), revelaram Marlon Brando e James Dean interpretando jovens em conflito com a geração de seus pais. A rebeldia estava na moda. Daí surgiu Elvis Presley, dando voz a uma geração cansada da caretice dos pais.
A sociedade de consumo não demorou para perceber o potencial do filão jovem. Foi só aí que o rock explodiu na América. E tome filmes, revistas, livros, badulaques, calendários e todo tipo de bugiganga direcionada aos novos consumidores. Elvis, o rebelde, tornou-se uma figura tão familiar aos lares americanos quanto o presidente Eisenhower.
As gravadoras, que nunca gostaram de arriscar, trataram de diluir o rock em fórmulas açucaradas, bem ao gosto do público branco médio. O canastrão Pat Boone, por exemplo, gravou Tutti Frutti, mudando a letra (escrita por Little Richard, negro, homossexual e orgulhoso), para não chocar as boas moças da América. Foi um estouro. Era a tal coisa: “rock sim, mas limpinho, por favor”.
Apesar do sucesso, muita gente previa um fim rápido para o rock. O gênero era visto como uma moda passageira, a exemplo do calipso ou de tantas outras que tiveram seus 15 minutos de fama na América.
Para piorar, os roqueiros passavam por maus bocados no fim dos anos 50: Elvis Presley foi para o Exército, Chuck Berry ficou preso dois anos por ter atravessado uma fronteira estadual com uma prostituta menor de idade, Little Richard abandonou o rock e virou pastor depois de “ouvir o chamado de Deus” durante um vôo turbulento, Jerry Lee Lewis arruinou a carreira ao casar com uma prima de 13 anos, Buddy Holly morreu em um acidente de avião, que matou também Ritchie Valens (La Bamba) e Big Bopper (Chantilly Lace), e Eddie Cochran morreu em um acidente de carro. Quando o futuro do rock’n’roll parecia negro, surgiram os Beatles.
A influência dos Beatles é incalculável. Musicalmente, eles elevaram o rock a um nível até hoje inigualado, estabelecendo parâmetros e modelos para toda a música pop. Suas experimentações abriram novas possibilidades sonoras e ampliaram os horizontes musicais das gerações posteriores. Culturalmente, eles foram igualmente importantes: carismáticos, irreverentes e cheios de sex-appeal, eles surgiram no mundo como um sopro renovador, obliterando a caretice da década de 50 e inaugurando uma era mais livre e esperançosa – os anos 60.
O surgimento do rock e de seus primeiros ídolos – Elvis, Beatles, Rolling Stones – mudou a relação entre a música e o público. Até o rock aparecer, o “músico” – fosse produtor, instrumentista ou compositor – era visto como um profissional muito qualificado. Compositores de “música popular” eram sofisticados como Cole Porter e Irving Berlin; cantores eram Frank Sinatra e Bing Crosby.
O rock democratizou a música pop. Subitamente, qualquer um podia subir em um palco e cantar. Elvis, um caipira ignorante, passou a freqüentar as paradas de sucesso ao lado de Sinatra e Nat King Cole (dá até para entender por que Sinatra, acostumado a trabalhar com músicos experientes, não aceitou o novo estilo: “rock’n’roll é a coisa mais brutal, feia e degenerada que eu já tive o desprazer de ouvir”, disse o “olhos azuis”).
Essa “democracia” do rock teve um efeito imediato: os artistas ficaram cada vez mais parecidos com seu público, tanto em idade quanto em classe social. Os jovens passaram a se identificar mais com seus ídolos, estabelecendo uma relação mais próxima com a música. O rock também passou a buscar na sociedade – especialmente nos jovens – os temas de suas canções. Essa troca fez do rock a música mais popular e culturalmente impactante do século 20.
Para muitos, esse estreitamento entre artista e público também causa um declínio gradual na qualidade da música. A cada ano, um número maior de pessoas sem treinamento musical tem acesso a tecnologias de composição e gravação. Hoje, aparelhos como samplers e placas de som permitem a qualquer um gravar um disco em casa. E popularização raramente é sinônimo de qualidade.
O fato é que nenhuma outra música esteve tão sintonizada com a realidade de seu tempo quanto o rock. Desde os anos 50, ele passou a ser um espelho da sociedade, refletindo a moda, o comportamento e as atitudes dos jovens. Isso fez do rock uma música com prazo de validade, ou seja, tão ligada no “hoje” que corre o risco de sair de moda rapidamente, junto com os temas abordados (para confirmar, basta assistir a qualquer videoclipe de dez anos atrás).
Isso cria situações interessantes: o que é “bacana” e “moderno” para uma geração torna-se ultrapassado para a próxima. Sendo um gênero que se alimenta sempre do novo, o rock’n’roll gera conflito entre seus fãs. Um movimento surge como resposta ao anterior e assim por diante, numa renovação incansável.
Esses conflitos, mais que interessantes, são necessários: sem eles, estaríamos condenados à eterna repetição. Foi a partir desses “rachas” que nasceram alguns dos movimentos mais influentes do rock, como o punk, basicamente uma reação ao comercialismo e à pompa do rock dos anos 70, que havia perdido a identificação com as gerações mais novas. Ao contrário do que ocorria antes do rock’n’roll, agora ficou fora de moda curtir a mesma música que os pais. Mas isso é cíclico, claro: com o passar dos anos, a indústria descobriu o potencial do saudosismo. Hoje, temos canais de televisão que vivem de reembalar artistas velhos como se fossem a última novidade. E veteranos – como o Aerosmith, por exemplo – que, graças a seus clipes na MTV, reinventam-se para um público que nem era nascido quando eles faziam sua melhor música.
Os Beatles são um bom exemplo da capacidade do rock de se adaptar a cada época. Para entender as mudanças ocorridas nos anos 60, basta olhar as fotos do grupo durante o período. Nos primeiros anos, vestidos com terninhos idênticos e cabelos bem penteados, os quatro eram a imagem perfeita do otimismo da era Kennedy. Depois, como todos, abandonaram a inocência: os cabelos cresceram e os sorrisos deram lugar ao cinismo, enquanto Kennedy era morto e a guerra começava no Vietnã. No fim da década, quando jovens faziam passeatas na Europa, Martin Luther King era assassinado e o conflito do Vietnã piorava, os Beatles buscaram consolo espiritual na Índia, renegando o comercialismo ocidental. A banda acabou melancolicamente, junto com uma década que começara cheia de promessas e que terminava em guerra e decepção.
Não foram os únicos roqueiros que se tornaram símbolos de uma era: Bob Dylan, Jimi Hendrix e Jim Morrison também viraram ícones dos anos 60, tanto quanto o símbolo da paz ou o rosto de Che Guevara. Sid Vicious é, até hoje, a imagem mais reconhecível da rebeldia punk. E basta um passeio por qualquer grande cidade para ver, a qualquer hora, jovens usando camisetas com o semblante triste de Kurt Cobain.
Esses rostos passaram a representar mais que a simples paixão por uma banda ou artista: tornaram-se símbolos de um estado de espírito e de um jeito de ser. A iconografia, claro, reduz tudo a seu nível mais rasteiro – e um artista como Kurt Cobain, autor de dezenas de músicas, acabou reduzido a garoto-propaganda do suicídio e da alienação adolescente. John Lennon foi assassinado e virou “marca”, transformado, como Gandhi, em símbolo de paz e amor. Logo ele, que nunca escondeu ter sido um pai ausente e que tratou Paul McCartney como um cachorro sarnento depois do fim dos Beatles. O rock simplifica tudo.
Talvez seja essa a razão de seu sucesso. Como bem disse Gene Simmons, do Kiss: “Eu não sou Shakespeare. Mas ganhei muita grana e transei com mais de 4 mil mulheres. Tenho certeza de que Shakespeare trocaria de lugar comigo a qualquer hora”. Quem duvida?

Os 50 discos que fizeram o rock·n·roll
Quer você goste, quer não, essas sãoas obras que romperam barreiras, criaram estilos e marcaram a história do rock
1. The King of Rock and Roll – The Complete 50s Masters - Elvis Presley, 1992
Elvis em sua melhor fase, antes de entrar para o Exército e voltar mansinho
2. Chuck Berry – Anthology - Chuck Berry, 2000
O verdadeiro criador do rock’n’roll e melhor compositor entre os pioneiros do gênero
3. The Essential Little Richard - Little Richard, 1985
O intérprete mais explosivo do início do rock revolucionou a música com seus gritos e sua vibração
4. The Classic Years - Motown, 2000
Uma das gravadoras mais influentes dos anos 60, meca da soul music norte-americana
5. Please Please Me - Beatles, 1963
Eles chegaram como um sopro renovador e fizeram a trilha sonora perfeita para o otimismo do início dos anos 60
6. The Freewheelin’ Bob Dylan - Bob Dylan, 1963
O rock amadurece: pela primeira vez, as letras valem tanto quanto a música
7. Live at the Apollo - James Brown, 1963
O grito primal do funk, por seu maior intérprete
8. The Who Sings My Generation - The Who, 1965
Até então, ninguém havia feito um rock tão radical e barulhento; para muitos, o nascimento do punk
9. Blonde on Blonde - Bob Dylan, 1966
O atestado de maioridade de Dylan; depois disso, o rock não tinha mais desculpa para a ingenuidade
10. Pet Sounds - Beach Boys, 1966
Um sonho adolescente, embalado pelo pop mais perfeito e cristalino. “O maior disco da história”, segundo Paul McCartney
11. Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band - Beatles, 1967
Auge do experimentalismo do rock. Definiu sua geração e criou novos horizontes para o pop
12. Between the Buttons - Rolling Stones, 1967
Os rebeldes mostram que também têm coração
13. Are You Experienced? - Jimi Hendrix, 1967
Hendrix desfila todo seu arsenal: microfonia, psicodelia, distorção e um pé fincado na tradição do blues
14. The Velvet Underground and Nico - Velvet Underground, 1967
Inaugurou a melancolia no pop. Fez contraponto ao otimismo hippie
15. The Doors - The Doors, 1967
Pessimista e dark, embalado pela angústia existencial de Jim Morrison, na contramão do sonho hippie
16. We’re Only In It For the Money - Frank Zappa and the Mothers of Invention, 1968
Satiriza o hippismo e antecipa o fim do sonho
17. The Village Green Preservation Society - The Kinks, 1969
Os Kinks enxergam além de guitarras barulhentas e fazem o seu Sargent Pepper’s
18. Kick out the Jams - MC5, 1969
Que paz e amor nada! Neste explosivo disco ao vivo, o MC5 pregava revolução, guitarras e amor livre
19. Live Dead - Grateful Dead, 1970
Longas explorações psicodélicas, no melhor momento de uma verdadeira instituição californiana
20. Black Sabbath - Black Sabbath, 1970
Para muitos, uma brincadeira de mau gosto. Para os fãs, um disco que sepultou a inocência dos anos 60 e inaugurou o heavy metal
21. Funhouse - Iggy Pop and the Stooges, 1970
Blues, John Coltrane e punk: a fórmula de Iggy Pop neste verdadeiro clássico do niilismo
22. Greatest Hits - Sly and the Family Stone, 1970
A música negra como arma de guerra: segundo Sly Stone, a revolução só se daria com o povo dançando nas ruas
23. Led ZepPelin IV - Led Zeppelin, 1971
Jimmy Page e sua gangue se escondem por trás do ocultismo e fazem um clássico do hard rock
24. Exile on Main Street - Rolling Stones, 1972
Os Stones esquecem a pose de maus e concentram-se no que sabem fazer melhor: música sublime
25. Ziggy Stardust - David Bowie, 1972
Uma ópera-rock sobre androginia e extraterrestres. Bowie cria um mundo de fantasia e sonho, que inspirou o punk e a new wave
26. Harvest - Neil Young, 1972
Obra-prima do country rock em uma época de cantores “sensíveis”, como James Taylor e Carole King
27. Transformer - Lou Reed , 1972
O subterrâneo nova-iorquino, com prostitutas, traficantes e bêbados, pela imaginação mórbida de Lou Reed
28. New York Dolls - New York Dolls, 1973
Guitarras altas, batom e roupas de mulher: os New York Dolls confrontavam com bom humor a macheza do rock da época
29. The Dark Side of The Moon - Pink Floyd, 1973
Questionamentos sobre loucura e solidão, embalados pela música mais triste a chegar ao topo das paradas
30. Ramones - Ramones, 1976
Em contraponto ao rock “sério”, quatro desajustados cometem este pecado sonoro, sem solos nem pretensão. Nascia o punk
31. Never Mind the Bollocks - Sex Pistols, 1977
O conflito de gerações em forma de disco: “Somos feios, sujos e não gostamos do que está acontecendo”
32. Talking Heads: 77 - Talking Heads, 1977
O punk cresce e amadurece; o funk de branco do Talking Heads prova que há cabeças pensantes na geração 77
33. Parallel Lines - Blondie, 1978
O dia em que o punk e a new wave fizeram as pazes com o pop. Som comercial sem abdicar de seus ideais
34. Unknown Pleasures - Joy Division, 1979
Velvet Underground para as novas gerações: sombrio e mórbido, vê um mundo mais sem futuro que o do Sex Pistols
35. The Specials - The Specials, 1979
O punk inglês se mistura ao ska jamaicano, que havia anos habitava os bairros mais pobres da Inglaterra
36. Double Fantasy - John Lennon e Yoko Ono, 1980
Depois de passar anos fazendo discos políticos, Lennon e Yoko assumem a maturidade e gravam pelo simples prazer de criar
37. London Calling - The Clash, 1980
Está tudo aqui: rockabilly, reggae, ska, jazz. O grande disco que define o fim da adolescência no punk
38. Heaven Up Here - Echo and the Bunnymen, 1981
Grandioso demais para se encaixar em algum movimento musical, marca o amadurecimento do pós-punk
39. Power, Corruption and Lies - New Order, 1983
O rock abraça a música eletrônica e prova que música “de computador” também pode ter coração
40. The Head on the Door - The Cure, 1985
O Cure embala a morbidez no pop mais acessível e leva a melancolia às massas
41. The Queen is Dead - The Smiths, 1986
O rock esquece os vencedores, celebrando os desajustados, tímidos e fracassados
42. Licensed to Ill - Beastie Boys, 1986
Três espertalhões juntam rap e heavy metal e criam música negra para jovens brancos
43. The Joshua Tree - U2, 1987
O U2 ressuscita o rock político – e os fãs, apolíticos, compram sem perceber a intenção
44. Daydream Nation - Sonic Youth, 1988
Os intelectuais da guitarra fazem uma perfeita radiografia de uma geração sonada pela MTV e pelo rock comercial
45. It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back - Public Enemy, 1988
Um libelo contra a manipulação da mídia, o “embranquecimento” da América de Reagan e o racismo
46. Out of Time - R.E.M., 1991
Rock de gente grande, com ambição e propósito, apesar do lustro pop e do imenso sucesso comercial
47. Metallica - Metallica, 1991
Representou, para a geração MTV, o que Black Sabbath foi para os jovens em 1970: a celebração da negação
48. Nevermind - Nirvana, 1991
O dia em que o punk encontrou a MTV: um disco que destruiu barreiras e que tornou obsoleto todo o rock vagabundo do fim dos anos 80
49. BloodSugarSexMagik - Red Hot Chili Peppers, 1991
Fãs de Korn e Limp Bizkit vão chiar, mas a verdade é que todo o funk metal e o nu metal começaram aqui
50. OK Computer - Radiohead, 1997
Um disco gélido, cerebral e triste, sobre a dificuldade de comunicação no fim do século. Paradoxalmente, foi um sucesso

Frases
"Por que jovens gostam de rock? Ora, porque os pais não gostam, é claro!"
Chuck Berry
"Se você se lembra dos anos 60, é porque não estava lá."
Robin Willians
"Eu odeio o Pink Floyd."
Frase escrita na camisa de Johnny Rotten, dos Sex Pistols
"Eu sou uma garota material, vivendo num mundo material."
Madonna
"Meu sonho e viver num mundo onde Lenny Kavitz nõ seja chamado de ·rock·"
Mark Arm, Mudhoney

O berço do rock
O rock’n’roll nasceu da misturade cinco gêneros distintos da música americana. São eles
Northern Band Rock’n’Roll
Espécie de versão com guitarra e baixo do som das big bands de Kansas City. O maior nome do estilo era Bill Halley (Rock Around the Clock)
New Orleans Dance Blues
Gênero em que predominavam baladas, tendo o piano como instrumento principal. Little Richard e Fats Domino se destacavam
Memphis Country Rock
Também chamado de rockabilly, era basicamente música caipira branca, tocada com guitarra elétrica. A gravadora Sun, descobridora de Elvis, era a meca desse ritmo
Chicago Rhythm and Blues
Versão negra do rockabilly, que teve em Chuck Berry e Bo Diddley seus mestres
Grupos Vocais
Sem instrumentos, usavam somente o gogó, em arranjos lindos. Frankie Lymon and the Teenagers era o grande sucesso
Fonte: The Sound of the City, de Charlie Gillett (Souvenir Press, EUA, 1971)

Os revolucionários
Dez nomes que mudaram o rock·n·roll
Chuck Berry
O primeiro grande compositor do rock criou riffs copiados até hoje (“Roll Over Beethoven”, “Maybellene”). Compôs rocks, blues e baladas e foi também o primeiro grande “fora-da-lei” do rock’n’roll, tendo sido preso várias vezes quando adolescente (e outras várias vezes depois)
Beatles
Lançaram, entre 1965 e 67, três álbuns – Rubber Soul, Revolver e Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band – que elevaram o rock a um nível artístico nunca visto. Daí experimentaram de tudo: música indiana, fitas rodadas de trás para a frente, sons de pássaros, LSD... E o rock nunca mais foi o mesmo
Bob Dylan
O primeiro grande letrista do rock. Cantor folk, chocou a platéia ao subir no palco com uma banda de rock, em 1965. Muitos previram um fracasso quando lançou Like a Rolling Stone: a música tinha seis minutos de duração, o triplo da média das canções do rádio. Foi seu primeiro grande sucesso
Brian Wilson
Mesmo surdo de um ouvido e abalado para sempre por causa dos socos que levava do pai, o líder dos Beach Boys compôs alguns dos momentos mais sublimes da música pop. Queria superar os Beatles, que considerava os únicos capazes de rivalizar com seu talento
Rolling Stones
Eram o contraponto mal comportado à simpatia dos Beatles. Foram os primeiros a subir no palco com as roupas que usavam no dia-a-dia, sem os “uniformes” usados pelas bandas – um choque na época. Resgataram o blues de Muddy Waters e Willie Dixon e exploraram a psicodelia e a música soul
Phil Spector
O mais influente produtor musical dos EUA nos anos 60. Aos 18 anos já tinha uma música no Top 10. Revolucionou as gravações com sua técnica de gravar vários instrumentos na mesma faixa, para criar uma sonoridade densa e poderosa
Jimi Hendrix
Revolucionou a guitarra e tornou-se o músico mais influente e inovador de sua geração. Seu estilo único unia o blues a distorção e microfonia. Quão bom ele era? Eric Clapton responde: “Uma vez, Jimi subiu conosco no palco e tocou Killing Floor, de Howlin’ Wolf, que eu nunca consegui tocar direito. Todo mundo ficou de boca aberta”
David Bowie
O “camaleão” do rock fez de tudo: foi menestrel hippie (anos 60), inventou o glam rock, influenciou o punk e a new wave e embrenhou-se por sons eletrônicos (anos 70). Fez dance music e trilhas para o cinema (80). Sua capacidade de se reinventar não tem paralelo no pop
Sex Pistols
Em 1976, o rock vivia uma fase tediosa, com artistas milionários tocando em estádios. Em oposição a eles, grupos como Sex Pistols, Ramones e The Clash criaram o punk, uma música crua e direta. Estouraram na Inglaterra e provaram que não era preciso ser bonito e comportado para chegar ao topo das paradas
Kurt Cobain
Conseguiu, como ninguém, capturar em música o espírito da geração MTV, marcada pelo tédio e pela paralisia em face do domínio corporativo. O Nirvana foi um caso raro de banda alternativa que fez imenso sucesso comercial e abriu caminho para dezenas de outras

10 grandes momentos do rock
Benjamin Franklin “descobre” a eletricidade (junho de 1752)
O velho Ben soltou uma pipa no meio de uma tempestade e mudou o mundo
Elvis grava um disco para a mãe (4 de janeiro de 1954)
Um caminhoneiro pobre entra nos estúdios da gravadora Sun, em Memphis, e grava um acetato para dar de presente à mãe. Meses depois, quando precisou de um cantor para gravar um compacto, o dono da Sun, Sam Phillips, lembrou-se do rapaz, Elvis. Nascia o rock’n’roll
Morte de Buddy Holly (3 de fevereiro de 1959)
Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper morrem num desastre de avião, depois de um show. Foi a primeira grande tragédia do rock, um evento que ficou marcado como “o dia em que a música morreu”
Beatles aparecem no programa de Ed Sullivan (9 de fevereiro de 1964)
Mais de 50 mil fãs brigaram pelos 703 ingressos disponíveis no estúdio da CBS. Os Beatles cantaram cinco músicas e foram vistos por 73 milhões de americanos. Nascia a Beatlemania
Beatles encontram Bob Dylan (28 de agosto de 1964)
Num hotel de Nova York, o quarteto de Liverpool foi apresentado ao maior bardo do rock e, pela primeira vez, fumaram maconha. O encontro motivou o grupo a abandonar as canções adolescentes. Ali começou a fase psicodélica dos Beatles
Woodstock: lama e paz (15 a 17 de agosto de 1969)
O auge do sonho hippie: meio milhão de pessoas se reuniram para celebrar a paz e o amor, sem policiais ou chuveiros para atrapalhar. Foram três dias de lama, drogas e muito rock’n’roll, ao som de The Who, Jimi Hendrix, Santana, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, Grateful Dead e muitos outros
Altamont: violência e morte (6 de dezembro de 1969)
O fim do sonho hippie: concebido pelos Rolling Stones, o festival de Altamont terminou em tragédia quando uma gangue de motoqueiros da facção Hell’s Angels, contratada para fazer a segurança do evento, matou a pauladas um jovem negro. Outras três pessoas morreram na noite: duas atropeladas enquanto dormiam e uma terceira afogada
Sex Pistols xingam a Rainha DA INGLATERRA (maio de 1977)
Em uma esperta jogada de marketing, os Pistols lançaram o compacto “God Save the Queen” a tempo de esculhambar as comemorações do Jubileu da Rainha. O disco foi banido das rádios do país, mas tornou-se o segundo mais vendido
Estréia da MTV (1 de agosto de 1981)
Antes da MTV, o principal meio de divulgação para artistas era o rádio. Logo as gravadoras perceberam o potencial do novo canal e passaram a investir mais em clipes. A imagem de uma banda passou a ser tão importante quanto sua música. Surge a “geração MTV” com estrelas como Madonna, Duran Duran, Prince e Michael Jackson
Michael Jackson compra o catálogo dos Beatles e Elvis Presley (setembro de 1985)
Hoje, ninguém pode usar uma música dos Beatles ou de Elvis sem pedir licença a um homem que pendura o próprio filho de uma janela e que admite ter feito vodu contra Steven Spielberg

+ 10 livros para entender o gênero 10 livros para se aprofundar na história do rock
Mutantes, Sepultura, Bob Dylan e movimento punk foram destrinchados em obras completas e profundas
Por Bruno Dias e Diego Maia
?Sepultura ? Toda a história? , de André Barcinski (1999)A trajetória do maior grupo de heavy metal brasileiro recebe um registro à altura de sua importância pelas mãos do jornalista André Barcinski. O livro faz um retrato do início em Belo Horizonte(com direito a maquiagem "black metal" e capacete nazista), em 1983, até a turbulenta saída de Max Cavalera, em 1997, e a subseqüente entrada de Derrick Green para banda. ?A Divina Comédia dos Mutantes?, de Carlos Calado (1995)O livro de Carlos Calado é um dos poucos registros fiéis da trajetória d?Os Mutantes. O autor consegue ir além da música feita por Arnaldo Baptista (baixo, teclado, vocais), Rita Lee (vocais) e Sérgio Dias (guitarra, baixo, vocais), abordando situações que oscilam entre o hilário e o trágico.?The Beatles Anthology? (2000)Lançado em 2000, o livro contém entrevistas, mais de 1300 fotos e diversos documentos pessoais de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, abordando, com riqueza de detalhes inédita, toda a carreira do rapazes de Liverpool. O projeto Anthology também deu origem a uma série de documentários e a três álbuns duplos.?Bob Dylan ? A Biografia?, de Howard Sounes (2002)O jornalista inglês Howard Sounes narra a história de um dos maiores ícones da música contemporânea. De forma detalhada e com depoimentos de pessoas próximas do cantor, Sounes mostra a evolução musical de Dylan desde sua infância até o sucesso em Nova Iorque.?Dias de Luta ? O rock e o Brasil nos anos 80?, de Ricardo Alexandre (2002)O jornalista Ricardo Alexandre, ex-editor da revista Bizz, conta em 399 páginas a história do rock brasileiro na década de 80. É possível reviver a época e entender como funcionava a indústria fonográfica, que revelou bandas como RPM (maior fenômeno roqueiro do Brasil), Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Titãs.?Mais Pesado que o Céu?, de Charles R. Cross (2002)A biografia definitiva de Kurt Cobain, líder do Nirvana, que cometeu suicídio em 1994. Charles R. Cross, o autor, realizou mais de 400 entrevistas e teve acesso a documentos, diários e fotos inéditas de Cobain, graças à ajuda da viúva do roqueiro, Courtney Love. ?Mate-Me Por Favor?, de Legs McNeil e Gillian McCain (2004)Quem conta a história aqui são os principais integrantes do movimento punk por meio de trechos de entrevistas que, intercalados, formam um diálogo entre figuras excêntricas como Lou Reed e Dee Dee Ramone. De suas raízes, com bandas pré-punk como Stooges e Velvet Undeground, à explosão do movimento, com Sex Pistols e Ramones, o movimento é destrinchado através em informações exclusivas e fofocas saborosas. O titulo é tirado de uma camiseta de Richard Hell, ex-baterista da banda Television.?Reações Psicóticas?, de Lester Bangs (2005)Lester Bangs foi um dos críticos mais polêmicos e influentes da história do jornalismo musical com textos publicados em veículos como ?Rolling Stone?, ?NME? e ?Crêem? (revista da qual foi editor)?. É ele que aparece como mentor do personagen William Miller no filme "Quase famosos". Em "Reações Psicóticas", é possível ter acesso a oito artigos de Bangs sobre artistas como Lou Reed, David Bowie, John Lennon e Kraftwerk.?Rockers?, de Bob Gruen (2007)274 fotografias históricas de grandes ícones do rock: do pioneiro Muddy Waters às últimas imagens de John Lennon, de Sid Vicious exibindo cicatrizes à Debbie Harry, do Blondie, posando como em um editorial de moda. A exposição de Gruen, fotógrafo de todos esses astros, passou pelo Brasil em 2007?1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer? (2007)Em um só volume, de 960 páginas, é possível ler uma compilação de textos de cerca de 90 jornalistas e críticos musicais de renome internacional, destacando o que de melhor foi feito na música desde a década de 50. Do jazz ao pop, do blues ao hip hop, passando até pela música brasileira. Item obrigatório para qualquer aficionado por música.

+ Veja 10 filmes que recontam a história do rock 10 filmes para ficar por dentro da história do rock
De comédias amalucadas dos Beatles a documentários sobre o Joy Division: prepare a pipoca e mergulhe nos bastidores do rock
Por Bruno Dias e Diego Maia
FICÇÃO¿Os Reis do Iê Iê Iê¿ (1964)No auge da beatlemania, John, Paul, George e Ringo destilam humor britânico e muito nonsense nesta comédia ingênua que entrou para a história por ser o primeiro grande registro cinematográfico da trajetória explosiva dos Fab Four.¿Sid & Nancy¿ (1986)A saga de destruição de um dos casais mais polêmicos da história do rock foi eternizada nos cinemas pelo diretor Alex Cox. Nos papéis principais, Gary Oldman (Sid Vicious), que realmente incorporou o ex-baixista dos Sex Pistols em mais uma atuação brilhante, e Chloe Webb (Nancy Spungen).¿Quase Famosos¿ (2000)William Miller tem 15 anos e está prestes a realizar o sonho de 9 entre 10 adolescentes de sua época: viajar com uma banda de rock em turnê e escrever uma reportagem para a revista Rolling Stone. Cameron Crowe conta esta história autobiográfica e nostálgica com detalhes que fazem qualquer fã de rock salivar. Stillwater, a banda do filme, foi inspirada "apenas" no lendário Led Zeppelin. ¿A Festa Nunca Termina¿ (2002)Dirigido por Michael Winterbottom, o filme conta a história do selo Factory Records (nome vindo da festa ¿Factory¿, no Russel Club) e a criação do movimento rave de Manchester (apelidada na época de Madchester). Antes de entrar na cena que trouxe ao mundo nomes como Happy Mondays e New Order, o diretor dá uma breve passada pelo punk.¿Johnny & June¿ (2005)Esta cinebiografia romanceia a história de Johnny Cash (Joaquin Phoenix), lenda do country e do rock que teve vida atribulada, se envolveu com drogas e conheceu a redenção nos braços da cantora June Carter (Reese Whiterspoon, vencedora do Oscar por este papel). Elvis Presley e Jerry Lee Lewis aparecem, para deleite dos fãs do velho rock and roll.
¿
DOCUMENTÁRIOS¿Woodstock¿ (1970)Se não foi o maior festival de música, o Woodstock foi, com certeza, o mais famosos deles. A idéia era reunir, em três dias, paz, amor e rock 'n' roll. E foi mais ou menos isso que aconteceu. O diretor Michael Wadleigh fez o registro definitivo do evento, com imagens impressionantes de Jimi Hendrix. The Who, Janis Joplin, entre outros.¿Hype!¿ (1996)O fenômeno grunge, surgido em Seattle, noroeste dos Estados Unidos, no final dos anos 80, é dissecado neste filme que colhe depoimentos de personagens envolvidos direta e indiretamente com a explosão do estilo. Para entender o porquê da preferência de bandas como Nirvana e Mudhoney pelas camisas de flanela.¿End of the Century¿ (2003)Um dos registros mais completos dos Ramones, a banda mais influente do punk rock. É possível conhecer a infância de Joey Ramone, através de depoimentos dele, de amigos e familiares. Além das imagens de shows no começo da carreira e relatos de gente que viveu a época como Debbie Harris (Blondie) e os próprios Ramones. ¿No Direction Home: Bob Dylan¿ (2005)Documentário do cultuado Martin Scorsese (diretor de "Táxi Driver" e "Os Infiltrados") narra 5 anos da trajetória do gênio Bob Dylan, de 1961 a 1966, abordando as diferentes fases e constantes mudanças do cantor e compositor que não gosta de ser rotulado. Em 2007, Dylan ganhou outro filme em sua homenagem: o hermético, mas não menos bom, "Não Estou Lá", de Todd Haynes.¿Joy Division¿ (2007)O caminho meteórico do Joy Division, banda mais influente do pós-punk, é recontado neste documentário com depoimentos de ex-integrantes. No mesmo ano foi lançado "Control", cinebiografia de Ian Curtis, líder da banda que cometeu suicídio. Grant Gee já havia dirigido outro documentário de rock: "Meeting People Is Easy" (1998), que acompanha o Radiohead após a turnê do álbum "Ok, Computer".


Elvis Presley morreu em 1977, mas o eterno Rei do Rock influencia gerações até hoje Elvis Presley fez o rock explodir no mundo
Há mais de 50 anos, ele gravou seu primeiro disco, marco inicial da uma revolução do rock'n'roll. Elvis morreu em 1977 (a despeito do que acreditam seus fãs), mas continua influenciando os jovens do mundo todo
Em julho de 1954, o telefone tocou numa casa simples da periferia de Memphis, Tennessee, no sul dos Estados Unidos. Gladys, uma senhora na casa dos 40 anos, atendeu e ouviu a voz de um homem, que se apresentou como Scotty e perguntou por seu filho. "Elvis não está. Quer deixar recado?"O Scotty era Scotty Moore, um guitarrista local de algum sucesso que procurava um cantor para sua banda e recebeu de um amigo, Sam Phillips, a dica sobre o tal Elvis.Phillips, que tinha a fama de descobrir novos talentos, era dono de uma pequena gravadora em Memphis, a Sun Records, e oferecia a qualquer interessado a chance de gravar um disco por 4 dólares. Foi atrás dessa chance que em meados de 1953 Elvis Presley, então com 18 anos, entrou nos estúdios da Sun. Ele gravou duas faixas. Em janeiro do ano seguinte voltou e gravou mais duas. Sam não ficou muito impressionado com ele, mas anotou seu nome e telefone.Na época, Elvis ganhava a vida dirigindo caminhão, mas não abandonara o sonho de ser cantor.Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935 em Tupelo, Mississípi. Sua mãe deu à luz gêmeos, mas o primeiro, Jesse, nasceu morto. Os Presley eram pobres. O pai, Vernon, trabalhou como leiteiro, carpinteiro e motorista e chegou a passar oito meses preso por falsificar cheques.Elvis adorava música desde pequeno, gostava dos cultos da Igreja Pentecostal, onde sempre havia cantorias, e, aos 10 anos de idade, recebeu um prêmio num concurso de canto. Em 1946 ganhou sua primeira guitarra, presente de dona Gladys. Em 1948, a família se mudou para Memphis. Elvis foi matriculado numa escola para brancos, mas costumava freqüentar os bairros negros para ouvir seus bluesmen favoritos, como Furry Lewis e B.B. King. Passava as noites ouvindo no rádio música country, blues, gospel e até música clássica.Quando Elvis respondeu ao telefonema de Scotty Moore, sabia que aquela poderia ser a chance pela qual esperava. Na sessão que hoje é considerada o marco zero do rock, Elvis Presley produziu um clássico: "That's All Right", versão de um antigo blues de Arthur Big Boy Crudup, que ele acelerou até torná-lo um autêntico rock'n'roll. Quando Sam Phillips ouviu aquilo não acreditou. "Era o que vinha buscando havia anos: um branco que pudesse cantar como um negro", afirma Peter Guralnick em sua biografia de "Elvis, Last Train to Memphis" ("O Último Trem para Memphis", inédito em português).Preto no brancoA questão racial esteve presente na carreira de Elvis desde o início. Ele era um garoto branco apaixonado por música negra, fosse ela gospel, rhythm'n'blues ou country. Sua fama abriu espaço para um sem-número de roqueiros negros, como Little Richard, Chuck Berry e Bo Diddley. E ele nunca fez segredo sobre as origens de sua música: "Os negros vêm cantando dessa forma há muitos anos", dizia. "Mas ninguém prestava atenção neles, até que eu apareci. Eu aprendi tudo com eles".Falar uma coisa dessas nos anos 50 era um ato de coragem. No sul dos Estados Unidos, as escolas eram segregadas. Havia lojas de brancos e lojas para pessoas de cor, emissoras de rádios de música branca e de música negra. Mas Elvis queria ser ouvido por todos.E logo passou a ser. Dois dias depois da histórica gravação em Memphis, o disc-jóquei Dewey Phillips tocou "That's All Right" em seu programa Red Hot and Blue, e Elvis tornou-se uma sensação local. Vieram os primeiros shows e sua fama começou a se espalhar depois que ele descobriu o que fazia as meninas gritarem tanto. Após uma apresentação, perguntou a Scotty Moore: "Por que elas gritam tanto?" O guitarrista respondeu: "É sua perna", disse. "É o jeito como você mexe a perna".Nos conservadores anos 50, o estilo explosivo e sensual de Elvis o diferenciava dos crooners bem-comportados, estáticos atrás dos microfones, entoando músicas de amor com suas vozes perfeitas. Elvis sacudia os quadris, grunhia e soltava longos suspiros no meio das músicas. Era uma revolução, pelo menos para o público branco, que não tinha visto gente como Little Richard e Chuck Berry em ação.Em 1955, Elvis conheceu o coronel Tom Parker, um misterioso imigrante holandês que havia tentado a sorte no circo e em várias esferas do show business, até tornar-se um respeitado agente musical. Parker passou a gerenciar a carreira de Elvis e seu apurado tino para negócios ajudou a tornar o cantor um astro. Parker convenceu a gravadora RCA a comprar o passe do cantor à Sun, pela enorme (para a época) quantia de 40 mil dólares. A RCA era uma gravadora grande, porém pouco ousada. Os principais nomes de seu cast eram cantores românticos como Perry Como e Harry Belafonte. Elvis era um peixe fora da água na RCA.Mas logo virou um tubarão. Em 1956 ele se tornou uma celebridade, gravando um sucesso atrás do outro, entre eles "Heartbreak Hotel", "Blue Suede Shoes", "Don't Be Cruel" e "Love me Tender". Estreou no cinema no filme "Love me Tender" e lançou seu primeiro LP, Elvis Presley. Na lista dos compactos mais vendidos do ano, ficou com os dois primeiros lugares, desbancando gente famosa como Frank Sinatra, Dean Martin e Pat Boone.Rei do popO sucesso atraiu as críticas. Os mais conservadores desprezavam Elvis e consideravam sua música um lixo. Era difícil aceitar que um caipira rebolador pudesse vender mais discos que cantores consagrados como Sinatra e Belafonte. Em janeiro de 1957, Elvis apareceu no programa de TV de Ed Sullivan, um dos mais populares do país. Mas só quem esteve lá pôde vê-lo de corpo inteiro. A emissora, preocupada em não chocar os telespectadores, filmou Elvis só da cintura para cima. Na época, ele ganhou o apelido de Elvis, the Pelvis. Estava acesa a chama sob o caldeirão do rock, onde ferveria toda uma geração de jovens. Ninguém mais poderia detê-los.Nem o exército. Em 1958, Elvis foi convocado e, numa jogada publicitária, Parker incentivou-o a ir. Antes, porém, fez com que o cantor deixasse gravados vários compactos. Parker recusou qualquer tipo de tratamento especial a Elvis, com a certeza de que isso seria ótimo para a imagem do cantor. E foi.Depois de passar pelo treinamento no Texas, Elvis foi para uma base militar na Alemanha, onde ficou 18 meses. Lá, cumpriu funções normais dos soldados, como fazer exercícios e montar guarda nos portões da base. Durante esse tempo, não cantou em público, mas participou de dezenas de sessões de fotos para mostrar como era sua vida de militar. No auge da Guerra Fria, Elvis foi o melhor garoto-propaganda com que o exército americano poderia ter sonhado. O afastamento não diminuiu o interesse por suas músicas, pelo contrário. Mesmo com ele ausente, a RCA lançou vários compactos de sucesso, como "Wear my Ring Around your Neck", "Hard Headed Woman", "One Night" e "A Big Hunk o' Love".No quartel, Elvis conheceu as drogas. Introduzido por um sargento que recomendava pílulas de anfetaminas aos soldados para mantê-los atentos e eficientes nos exercícios, ele iniciou uma longa dependência química, que viria a ter resultados trágicos. No final de sua temporada na Europa, Elvis conheceu a adolescente Priscila Beaulieu, com quem iniciou um romance.Em março de 1960, Elvis deu baixa. A volta para casa foi problemática. E triste. Sem a mãe por perto (dona Gladys morrera em 1958), sua vida entrou numa espiral descendente.Profissionalmente, sua carreira passava por uma grande mudança. Saem as excursões e shows, entram os filmes. Durante toda a década, a única maneira de os fãs verem seu ídolo era comprando ingressos para o cinema. Mas mesmo longe dos palcos, os discos de Elvis quase todos gravações da trilha sonora dos filmes continuavam vendendo bem, embora a concorrência estivesse muito mais forte. O rock já dava pinta de que viraria uma fábrica de ídolos, com o surgimento de grupos como os Beatles e os Rolling Stones. Elvis parecia descontente com a direção de sua carreira, e reclamava com o coronel Parker da qualidade dos filmes que estava fazendo, pérolas como "O Seresterio de Acapulco", "Meu Tesouro É Você" e "Garotas, Garotas e Garotas". O ritmo de trabalho era massacrante: entre 1956 e 1969, ele estrelou nada menos que 31 longas-metragens.Em casa, a coisa ia ainda pior. Elvis não fazia segredo do vício em anfetaminas e começou a recomendar as pílulas para amigos e músicos de sua banda. Cada vez mais rico e drogado, Elvis aos poucos foi se tornando um recluso em sua mansão, Graceland. Lá, cercou-se de um grupo de empregados e amigos, que ficou conhecido como a Máfia de Memphis. Em 1961, Priscila se mudou para Graceland. Seis anos depois, eles se casariam e teriam Lisa-Marie, única filha do casal.Elvis estava estranhamente obcecado. Colecionava armas e distintivos policiais. Passou a dar declarações de que sua missão era ajudar os Estados Unidos a acabar com o risco das drogas e do comunismo e, numa cena hoje lendária, visitou a Casa Branca para pedir ao presidente Richard Nixon que lhe outorgasse uma credencial do FBI. A foto de Nixon e Elvis apertando as mãos é uma das imagens mais bizarras e emblemáticas dos anos 70. Elvis, o antigo rebelde, cumprimentando o homem que, provavelmente, estava entre os que chamavam sua música de lixo, nos anos 50. Foi o início do fim de Elvis Presley.A década de 70 foi um pesadelo interminável para Elvis. Ele havia se tornado um prisioneiro em Graceland, tomando anfetaminas, barbitúricos e tranqüilizantes e sendo vigiado por guarda-costas brutamontes. Embora suas turnês em Las Vegas batessem recordes de arrecadação, sua música caiu de qualidade. Ele engordou muito e chegou a ter um colapso antes de um show na Flórida, que teve de ser cancelado.No fim de 1971, Priscila o abandonou, levando a filha Lisa-Marie. Amigos do cantor disseram que isso era o que faltava para o colapso emocional e físico de Elvis. Nos cinco anos seguintes, os dias alegres tornaram-se cada vez mais raros. Embora a adoração do público nunca tivesse diminuído e os shows estivessem sempre lotados (o especial de TV "Aloha from Hawaii" foi visto por 1 bilhão de pessoas), Elvis vivia infeliz. Sua saúde estava se deteriorando e as internações em clínicas de reabilitação e hospitais tornaram-se rotina.
A curta vida de Elvis Presley chegou ao fim em 16 de agosto de 1977. Por volta de 13h30, sua namorada, Ginger Alden, encontrou-o sem vida, deitado no chão do banheiro, em sua mansão. O rei estava morto.
(matéria publicada na revista Aventuras na História, edição 12, agosto de 2004. Autor: André Barcinski)

+ Elvis Presley é o cantor com o maior número de fãs-clubes Elvis Presley: Culto ao rei do rock
Ele morreu em 1977, mas até hoje é o cantor com o maior número de fãs-clubes. Elvis Presley, o rei do rock, tem pelo menos 613 fãs-clubes espalhados pelo planeta, com um total de 510 489 membros. Muitos deles fãs incondicionais, daqueles que vestem peruca com topete para participar de concursos de imitadores do ídolo. E que visitam regularmente Graceland, a mansão na cidade de Memphis (sul dos Estados Unidos), onde Elvis morou e que foi transformada em museu. O local recebe, por ano, 675 000 visitantes.
Nascido em 1935, Elvis, desde garoto, gostava de ouvir cantores como B. B. King e Furry Lewis. Na gravação considerada marco zero do rock, em 1954, ele cantou “That’s All Right”, versão de um antigo blues que acelerou até chegar ao ritmo de rock and roll. Logo o caipira de Memphis seria aclamado “o branco que cantava como negro”.
Se todos os membros dos fãs-clubes de Elvis Presley no mundo se juntassem num mesmo local, eles lotariam duas vezes e meia o estádio do Maracanã


+ Qual o melhor: Elvis magro ou Elvis gordo? Qual o melhor: Elvis magro ou Elvis gordo?
Este mês faz 30 anos que Elvis Presley morreu, deixando órfã uma legião de fãs pelo mundo. Pra saber quem mandava melhor, colocamos frente a frente o tímido cantor da década de 1950 com o peso pesado dos anos 70
por Gleydson Alves



ELVIS MAGROPolêmicas - Numa época de grande preconceito racial nos EUA, um branco cantando música de negros (o rock tem sua origem no rhythm and blues) chocou um bocado. Mas o maior alvoroço mesmo eram suas apresentações “quentes”, cheias de gingado e rebolado. Alguns programas de TV só o filmavam da cintura pra cimaRoupas e trajes - No começo da carreira, Elvis era considerado um “caipira sulista” que se vestia de forma bastante simples. Para muitos, ele era um branco com roupas de negros, como ternos urbanos com o brilho das sedas dos vaqueiros. Além do cabelo e das costeletas, o rapaz gostava de camisas roxas e douradasSucessos - O primeiro sucesso de Elvis, ainda em Memphis, foi “Blue Moon of Kentucky”, seguido por “I Forgot to Remember to Forget”, este, já em nível nacional. A lista é enorme, com “Tutti-Frutti”, “Hound Dog”, “Don’t Be Cruel”, “Love me Tender”, “Jailhouse Rock”, “Can’t Help Falling in Love” e outrasRecordes de público - O primeiro grande show de Elvis ocorreu no dia 16 de outubro de 1954, na cidade de Shreveport, em Louisiana. O espetáculo foi transmitido por uma rádio local e a platéia que o acompanhava curtiu muito. As apresentações desta época, apesar de explosivas, eram, de certa forma, ingênuas e amadorasDiscos de ouro - O Rei estreou em 1954 e dois anos depois já tinha nove discos de ouro. O primeiro foi com o single “Heartbreak Hotel / I Was the One”. Nas décadas de 1950 e 1960, Elvis ganhou mais de 70. Na carreira toda, seus álbuns (sem contar singles) faturaram “apenas” 97 discos de ouro, 55 de platina e 25 de platina duplo. E isso só nos Estados UnidosELVIS GORDOPolêmicas - Nesta fase, muitos questionavam se Elvis usava drogas ou não. Ficou provado apenas que ele se viciou em medicamentos, perdendo totalmente o controle a partir dos anos 70. E a morte do ídolo gera controvérsias até hoje. Há quem acredite que ele está vivo, escondido em algum canto do mundo!Roupas e trajes - Para incrementar seus grandes shows, Elvis investiu no visual. No início, as roupas – chamadas jumpsuits – eram baseadas em quimonos, mas com o passar do tempo evoluíram e ganharam formas mais extravagantes. A mais famosa é a do show do Havaí, de 1973, a “Aloha Eagle”Sucessos - Elvis tinha sido indicado ao prêmio Grammy várias vezes, mas nunca levou. Tudo mudou nesta fase, quando faturou três, em 1967, 1972 e 1974. Apesar disso, teve menos músicas de sucesso. Destaque para “Suspicious Minds”, “In the Guetto”, “How Great Thou Art” e “My Boy”Recordes de público - Com shows elaboradíssimos, Elvis bateu vários recordes de público nos anos 70. Cerca de 40 mil pessoas compareceram às apresentações no Astrodome, em Houston, em 1970 e 1974. Mas a maior ainda estava por vir: em 1975, em Los Angeles, ele foi visto por 62 mil pessoas, um número gigantesco para a épocaDiscos de ouro - Apesar de lançar discos muito bem produzidos e de esta fase de Elvis ser considerada como o auge de sua voz em termos de qualidade, foram poucos os trabalhos que alcançaram o disco de ouro. Destaque para Aloha From Hawaii, gravado durante o primeiro show exibido via satélite no mundo3x2 VITÓRIA DO ELVIS MAGRO!Se Elvis não morreu mesmo, terá que malhar bastante pra superar sua versão mais jovem.


+ E se os Beatles ainda estivessem juntos? E Se...
Os Beatles não tivessem se separado?
A música pop provavelmente teria tomado outros rumos, evoluindo mais na harmonia do que na base rítmica. “Da disco ao techno, todas as ondas que surgiram a partir dos anos 70 dão total ênfase ao ritmo”, diz o maestro e produtor musical Ruriá Duprat. “Mas, se os Beatles tivessem continuado tocando, talvez sobrasse espaço para um desenvolvimento harmônico mais complexo no rock.” De fato, depois de instituírem o mercado pop como o conhecemos hoje, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr passaram a flertar com a arte de vanguarda de seu tempo, sem nunca abandonar sua marca registrada: canções irretocáveis, harmonias perfeitas, melodias inesquecíveis. Abbey Road, o último disco gravado pela banda, em 1969, no entanto, foi ainda mais fundo em arranjos intrincados e virtuosismo instrumental.
Duprat – que hoje organiza um tributo de artistas brasileiros ao quarteto de Liverpool – levanta a suspeita de que o grupo poderia ter se envolvido com o chamado rock progressivo, que, mesmo detestado pela crítica e pela geração punk, deu a tônica da cena musical na primeira metade dos 70. “Com certeza, eles caminhariam para as vertentes mais progressistas do rock, mas não estagnariam esteticamente. Dali a pouco, mudariam de novo.” O próprio John Lennon foi indagado sobre como os Beatles soariam após 1970. Sem muita paciência, ele declarou que bastava aos fãs pinçar as melhores músicas de cada um dos discos solo anuais dos quatro cavalheiros e montar seu próprio “novo” disco dos Beatles. Rita Lee, que também prepara um álbum de versões de clássicos do grupo, acha que essa sugestão “não daria nem para o cheiro”. “O barato musical dos Beatles, sem dúvida, eram as parcerias e competições ególatras entre Lennon e McCartney.
As carreiras solos de ambos diluíram-se pra caramba com as parceiras/esposas Yoko e Linda”, diz ela. Quanto à possibilidade de os Beatles migrarem para o progressivo, Rita lembra que foi o mesmo caminho tomado pelos Mutantes, numa manobra tão radical que incluiu até a sua própria demissão da banda. Por fim, Duprat diz que, inquietos como eram, dificilmente os Beatles durariam muito mais tempo: “Todo mundo tem um certo material intelectual para mostrar e, depois, tende a se repetir. Como eles nunca se repetiram em sua carreira, acho que não seguiriam adiante”. Talvez seja isso mesmo: o que é bom dura pouco.
O caminho mais provável do quarteto nos anos 70 seria o rock progressivo, odiado tanto pela crítica quanto pelos punks


+ Veja as maiores loucuras dos astros ro rock Quais foram as maiores loucuras dos astros do rock?
por Cíntia Cristina da Silva
Tem bizarrice para todo gosto: cantor que escreveu uma carta com sangue, baixista que misturou drogas com água da privada, rei do rock que voou milhares de quilômetros só para comer um sanduba especial... Roqueiros são figuras muito loucas, mas boa parte de suas lendas não passa de... lendas. Uma das cascatas mais famosas é que o músico Frank Zappa teria comido cocô num show, o que ele negou até a morte. Outra mentira popular é que o roqueiro Alice Cooper teria arrancado a cabeça de uma galinha no palco - a bichinha foi pro beleléu, sim, mas depenada pela platéia. De qualquer forma, a lista de maluquices verdadeiras vai longe e nestas páginas reunimos as dez que consideramos as melhores. Tem outras histórias imperdíveis, como a orgia que os músicos do Led Zeppelin fizeram com um peixe e a clássica decapitação de um morcego a dentadas, estrelada por um chapadíssimo Ozzy Osbourne. Essas duas maluquices e outras que não entraram na lista você encontra no livro Rock, da Coleção 100 Respostas de Mundo Estranho.
Mergulhe nessa
Na livraria
Rock - Coleção 100 respostas - José Augusto Lemos, Editora, Abril, 2004
Sexo, drogas &...
...Cocô na platéia, baterias explodidas, cartas escritas com sangue
Nick Cave
QUANDO: anos 80
O QUE APRONTOU: escreveu uma carta com o próprio sangue
Conhecido pelas letras sobre amor, morte, religião e violência, o australiano líder das bandas Birthday Party e Bad Seeds afundou no consumo de heroína em meados da década de 80. Em um de seus piores momentos, Cave foi visto no metrô de Londres, magérrimo, escrevendo uma carta e usando como caneta uma seringa cheia de sangue
Ozzy Osbourne
QUANDO: 1982
O QUE APRONTOU: encheu a cara vestido de mulher
Nos anos 80, o ex-vocalista do Black Sabbath perambulava movido a drogas e álcool. Em 1982, Ozzy estava tão manguaçado que sua mulher, Sharon, escondeu suas roupas e o deixou peladão para impedi-lo de sair de casa para beber. Sofrendo com a abstinência, o roqueiro não pensou duas vezes: pegou um vestido da mulher e foi dar uma "calibrada"
Wendy o Willians
QUANDO: décadas de 70 e 80
O QUE APRONTOU: masturbou-se em cima do palco
Durante os shows, a vocalista da banda Plasmatics gostava de destruir instrumentos ou qualquer outra coisa que estivesse a seu alcance. Mas o público ia mesmo ao delírio quando ela se masturbava no meio das músicas. Longe dos palcos, Wendy atuou no filme pornô Candy Goes to Hollywood (1979) e se matou em 1998
Bruce Springsteen
QUANDO: 1976
O QUE APRONTOU: atrasou um show para jantar com um fã
Antes de uma apresentação em Rhode Island, Estados Unidos, o roqueiro foi reconhecido na rua por um fã e resolveu jantar com o rapaz. Atrasado, ele ligou para o local do show, contou por telefone à platéia que estava batendo um rango e ia demorar. Para compensar o atraso de duas horas, Bruce fez um memorável show de três horas e meia
Brian Wilson
QUANDO: 1966
O QUE APRONTOU: ficou seis meses produzindo uma única música
A loucura do líder dos Beach Boys é a mais lúcida da lista. Em 1966, ele chegou ao extremo do perfeccionismo ao passar seis meses gravando, editando e mixando uma única canção: "Good Vibrations". Sua obsessão custou mais de 50 mil dólares, mas a canção atingiu o topo das paradas e é considerada um clássico da música pop
Sid Vicious
QUANDO: 1976
O QUE APRONTOU: injetou heroína com água de privada
Numa festa, o infame baixista dos Sex Pistols queria provar que podia ser mais hardcore que seu ídolo Dee Dee Ramone, que consumia álcool e drogas como quem toma limonada. Depois que o Ramone injetou heroína no braço, Vicious pegou a seringa, foi até o banheiro, misturou a droga com o conteúdo da privada e mandou ver. Três anos depois, ele morreu de overdose
Elvis Presley
QUANDO: 1976
O QUE APRONTOU: viajou 4 mil km para comer um sanduba
Em sua mansão no Tennessee, o rei do rock comentou com um grupo de amigos sobre um inesquecível sanduíche de creme de amendoim em Denver, no Colorado. Um dos rapazes disse que seria ótimo se pudessem comer os tais sandubas naquela hora. Elvis não teve dúvida: chamou a galera para seu jatinho particular e voou para fazer uma boquinha atravessando parte do país
Beatles
QUANDO: 1966
O QUE APRONTaram: acenderam um baseado no palácio de Buckingham
Antes de receberem da rainha da Inglaterra a medalha da Ordem do Império Britânico - uma honra destinada apenas a cientistas, aristocratas, militares - os quatro fabulosos de Liverpool resolveram ir ao banheiro fumar um cigarro de maconha para relaxar. Anos mais tarde, George Harrison negou o episódio, mas o baterista Ringo Starr afirmou que não se lembrava de muita coisa porque estava doidão...
Keith Moon
QUANDO: década de 70
O QUE APRONTOU: detonou a própria bateria
O baterista da banda inglesa The Who vivia chapado, adorava se vestir de nazista e destruía privadas usando bombas. Durante um show, o doidão explodiu sua bateria, causando danos permanentes à audição de Pete Townshend, seu companheiro de banda. Em 1978, Moon teve uma overdose e foi explodir buscapés em outra dimensão
G. G. Allin
QUANDO: décadas de 1980 e 90
O QUE APRONTOU: atirou cocô nos fãs
Apelidado de "sociopata do rock", esse metaleiro underground foi preso 52 vezes por suas performances no palco. Não era para menos: Allin, morto de overdose em 1993, costumava cantar com os "documentos" de fora, socava o próprio rosto com o microfone, defecava no palco, jogava cocô na platéia e se auto-sodomizava com o microfone! É loucura para ninguém botar defeito


+ Beatles já venderam um bilhão de discos Beatles forever
Eles venderam mais discos e fitas do que qualquer outra banda na história: 1 bilhão, num planeta que tem hoje pouco mais de 6 bilhões de habitantes. Foram descobertos há mais de 40 anos e continuam nas paradas de sucesso. Dizem até que são mais famosos que Jesus Cristo. São eles: os Beatles, o quarteto de Liverpool que conquistou o mundo inteiro com seu Yeah, Yeah, Yeah.
John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr fazem sucesso mesmo entre os netos da primeira geração de fãs. A maioria dos compradores do disco 1 – coletânea de 27 canções que atingiram o primeiro lugar nas paradas de sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos – tinha menos de 20 anos. O CD entrou no Guinness como o disco que mais rápido sumiu das lojas. Lançado em 13 de novembro de 2000, vendeu no primeiro mês 13,5 milhões de cópias em todo o mundo – 3,6 milhões só no primeiro dia. Alcançou o primeiro lugar em 35 países, ganhando pelo menos 100 discos de platina no mundo.
E os recordes da beatlemania não param por aí. Os Beatles são a banda que tem o maior número de álbuns no topo da parada de sucesso dos Estados Unidos: 19, mais que o dobro do americano Elvis Presley e dos ingleses Rolling Stones, que tiveram nove álbuns cada em primeiro lugar. No Reino Unido, até hoje nenhum álbum vendeu mais do que o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band: 4,5 milhões desde seu lançamento, em junho de 1967.